Nosso inesquecível presidente de honra, Sá Neném, resume-se a boas passagens e escreveríamos um livro. Tenho algumas que não posso contar (talvez as melhores) e outras mais sociais. Tive o privilégio de fazer uma viagem com o Zé em 2000, ficamos dez dias entre o litoral norte carioca e sul capixaba, onde o Barrão se juntou a nós. Lembro que na casa do Barrão em Campos, quando chegamos encontramos várias garrafas de cachaça. Era cachaça com cobra, cachaça com fruta do norte, cachaça pura da branca, da amarela, em garrafas comuns, garrafas trabalhadas, de todo tipo. Bem, no fim da estadia a cobra estava seca no fundo da garrafa, a fruta era pó, as garrafas comuns estavam enfileiradas perto do lixo e as garrafas elaboradas estavam encostadas no balcão para futura reposição.
Ser Presidiário é...
Não consigo combinar palavras capazes de traduzir a essência desta nação... Eu poderia usar a definição do dicionário (nação s. f. 1. Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua. 2. Estado que se governa por leis próprias), afinal, como diz um de nossos hinos, compartilhamos da mesma condição (a de presidiários) e vivemos sob nossas próprias leis (ao contrário e sem compromisso). Mas, ainda assim, seria insuficiente. A nação Presidiana, diferente do que possa aparentar, não nasceu da apologia ao álcool ou à transgressão, Ao Contrário, nasceu da alma poética de um homem que, justamente, por ver (e viver) a vida como uma eterna folia queria sim fazer apologia, não à subversão, mas à amizade, à celebração. “Presidiários Anônimos” é caricatura, é exagero, é a expressão bem humorada e descontraída da capacidade que temos de transformar um dia vazio numa grande festa. Creio ter sido este o ideal do nosso Eterno Presidente de Honra Zé Helder ao pôr, com a ajuda de seus companheiros, seu bloco na rua. E entendo ser a prova da nobreza e veracidade de tal ideal o fato de estarmos, há vinte e cinco anos, re-pondo o bloco na avenida e celebrando o que, verdadeiramente, nos re-une: a amizade e o abraço de Piedade.
por: 4362 - Aline Barra
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Nosso inesquecível presidente de honra, Sá Neném, resume-se a boas passagens e escreveríamos um livro. Tenho algumas que não posso contar (talvez as melhores) e outras mais sociais. Tive o privilégio de fazer uma viagem com o Zé em 2000, ficamos dez dias entre o litoral norte carioca e sul capixaba, onde o Barrão se juntou a nós. Lembro que na casa do Barrão em Campos, quando chegamos encontramos várias garrafas de cachaça. Era cachaça com cobra, cachaça com fruta do norte, cachaça pura da branca, da amarela, em garrafas comuns, garrafas trabalhadas, de todo tipo. Bem, no fim da estadia a cobra estava seca no fundo da garrafa, a fruta era pó, as garrafas comuns estavam enfileiradas perto do lixo e as garrafas elaboradas estavam encostadas no balcão para futura reposição.
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