Ser Presidiário é...

Não consigo combinar palavras capazes de traduzir a essência desta nação... Eu poderia usar a definição do dicionário (nação s. f. 1. Conjunto de indivíduos habituados aos mesmos usos, costumes e língua. 2. Estado que se governa por leis próprias), afinal, como diz um de nossos hinos, compartilhamos da mesma condição (a de presidiários) e vivemos sob nossas próprias leis (ao contrário e sem compromisso). Mas, ainda assim, seria insuficiente. A nação Presidiana, diferente do que possa aparentar, não nasceu da apologia ao álcool ou à transgressão, Ao Contrário, nasceu da alma poética de um homem que, justamente, por ver (e viver) a vida como uma eterna folia queria sim fazer apologia, não à subversão, mas à amizade, à celebração. “Presidiários Anônimos” é caricatura, é exagero, é a expressão bem humorada e descontraída da capacidade que temos de transformar um dia vazio numa grande festa. Creio ter sido este o ideal do nosso Eterno Presidente de Honra Zé Helder ao pôr, com a ajuda de seus companheiros, seu bloco na rua. E entendo ser a prova da nobreza e veracidade de tal ideal o fato de estarmos, há vinte e cinco anos, re-pondo o bloco na avenida e celebrando o que, verdadeiramente, nos re-une: a amizade e o abraço de Piedade.

por: 4362 - Aline Barra

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Esta semana fomos agraciados com a entrevista do ex-presidente e velha-guarda, Mário, um dos fundadores do Bloco. Valeu Mariel! 


Qual motivação o levou a aceitar a presidência do Bloco Caricato Presidiários  Anônimos e como aconteceu?

“Em uma das reuniões da turma fui indicado pelos fundadores e amigos do bloco para ser presidente. Me senti muito honrado e aceitei a presidência pelo grande amor que tenho ao bloco.”

Qual o maior desafio durante sua gestão e a maior recompensa?

“O desafio encontrado durante minha gestão foi o de não deixar os integrantes do bloco perderem o entusiasmo. A maior recompensa foi ver que apesar das dificuldades encontradas, conseguimos colocar em toda as segundas feiras de carnaval o bloco na avenida.”

Conte uma boa passagem do saudoso presidente de honra, Zé Helder.
“Todos os anos José Helder e eu “roubávamos”do tio Jaime um instrumento chamado “bombardino’. Entravamos no porão onde eram guardados os caixões, que diga-se de passagem era o que mais nos atrapalhava, pois sempre suas tampas caiam em cima do Zé Helder tornando a aventura ainda mais aterrorizante e emocionante. Certa vez o Zé Helder empolgado com mais um instrumento adquirido tocou a noite toda, pela manhã observamos que seus lábios tinham dobrado de tamanho, foi como se ele tivesse sido picado por uma abelha .Rimos muito e fizemos farra com aquela situação. Com certeza tinha sido uma praga jogada pelo tio Jaime ao descobrir o furto.

Como você enxerga o bloco atualmente e como imagina seu futuro?

“Atualmente o bloco está ótimo, muito bem administrado pela nova geração, irreverentes, entusiasmados e astral elevados. Com esse comprometimento o bloco só tende a crescer e fazer cada vez mais a alegria de todos os piedenses.

Qual sua sensação ao ver o Bloco Caricato Presidiários  Anônimos completar 25 carnavais?

“É uma sensação única de muita alegria, satisfação e orgulho de ver o Bloco que ajudei a fundar continuar até hoje animando gerações. Sem dúvidas o nosso saudoso e querido José Helder também deve estar festejando no “andar de cima” os 25 anos do Bloco Caricato Presidiários Anônimos - Sem Preconceito. É muita adrenalina”.

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